quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Desemprego traz desilusão e esperanças

Por Priscila Maia

Atualmente no Brasil, quase 12% de toda a sua população se encontra desempregada. São esses dados exorbitantes que levam milhares de pessoas a procurar a sorte em jogos de azar. Na própria área de comunicação em apenas um ano foram mais de 15 mil cargos extintos no último ano.

“É triste voltar para casa, após um dia todo de caminhada em busca de um emprego, e ver meu filho pedindo um prato de janta. As chances de eu, sem instrução, conseguir um trabalho são as mesmas se eu jogar e ganhar na Mega Sena”, afirma Lúcia Almeida, desempregada há mais de dois anos e mãe de um jovem rapaz de apenas dez anos.

São por realidades difíceis assim que cada vez mais pessoas se arriscam em jogos como o da Mega Sena. Onde de uma só vez, uma só pessoa pode se tornar milionária.

José Luis Ribeiro, é um aposentado que ainda não perdeu a fé em ganhar alguns “tostões” de maneira fácil. “A gente sabe que é difícil, mas às vezes a gente pode ganhar também. Eu jogo nem muito por mim, eu já vivi muito da minha vida. Porém, acredito que meus filhos podem ter uma vida mais fácil se eu ganhar algum prêmio”, salienta.

O aposentado informa que sua maior preocupação é com seu filho caçula, Alfredo. Ele que há três anos é empregado de “bicos”, serviços temporários que faz com a função de servente de pedreiro. “Já vi como o mercado de trabalho pode ser cruel com os que não tem sorte. Meu irmão morreu desempregado, e agora assisto meu filho lutar sem retorno por um emprego fixo. Ter uma carteira assinada hoje em dia, isso sim é ter sorte”, desabafa José.

A falta de emprego, e a vontade de mudar de vida – para a melhor – leva milhões de brasileiros apostarem diariamente, na Mega Sena. O verdureiro Harry Jean, diz apenas jogar quando o prêmio final está acumulado. “Acho que se é pra tentar a sorte, tem que apostar na hora que a ‘bolada’ pode vir. Se for pra ganhar ‘merrecas’ não vale perder tempo”, opina.

Para saber mais sobre o assunto entre.